O que são negócios de impacto social e como eles funcionam

Causar um impacto positivo em uma comunidade, ampliar as perspectivas de pessoas marginalizadas pela sociedade, além de gerar renda compartilhada e autonomia financeira para os indivíduos de classe baixa: estes são alguns dos objetivos dos negócios de impacto social.

Um dos principais diferenciais desse tipo de organização é que elas são desenvolvidas considerando a viabilidade econômica da intervenção, com base em estratégias e modelos de negócios: ou seja, são soluções de negócios para problemas sócio ambientais.

Lucro e meio ambiente 
Os negócios de impacto social buscam impacto sócio ambiental positivo gerado através do próprio core business do empreendimento, ou seja, a atividade principal deve beneficiar diretamente pessoas com faixa de renda mais baixas, as chamadas classes C, D e E, que de acordo com o IBGE, em 2010, correspondem a 168 milhões de pessoas. Portanto, viabilidade econômica e preocupação social e ambiental possuem a mesma importância e fazem parte do mesmo plano de negócios.

Na prática, se configuram como uma organização de várias naturezas jurídicas que opera como negócio, orientando-se pela lei da oferta e demanda e dedicando-se a conhecer seu público, oportunidades e riscos, e utilizando mecanismos de mercado para atingir seus propósitos sociais.

Como um negócio tradicional, ele deve gerar suas próprias receitas a partir da venda de produtos e/ou de serviços como de educação, saúde, nutrição, tecnologia, etc. E sua motivação de existir é primordialmente ou exclusivamente por uma causa sócio ambiental. Os negócios de impacto social mostram que não há conflito entre ambição social e econômica.

Segundo o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor da Universidade de São Paulo (CEATS), a intencionalidade é um fator importante e diferencial nos negócios de impacto social. Bem como sua relação com a realidade local e compromisso com o desenvolvimento do território. A análise da realidade social e seu contexto é fundamental para determinar o negócio de impacto social.

Entenda melhor:

Duas linhas de pensamento
A outra diferença que envolve duas correntes divergentes relaciona-se à distribuição de lucros gerados pela operação do negócio de impacto social. A primeira, liderada por Muhammad Yunus, economista pioneiro em usar o termo, fundador do Grameen Bank e ganhador do prêmio Nobel da Paz em 2006, defende que os investidores só podem recuperar o capital investido, sem direito a lucro e dividendos. Segundo ele, o lucro deve ser totalmente reinvestido na empresa e destinado à ampliação dos benefícios sócio ambientais.

Outra corrente mais ampla, representada por Stuart Hart e Michael Chu, professores estudiosos do tema das Universidades de Cornell e Harvard, nos Estados Unidos, defende a distribuição de lucro por entender que isso possibilita atrair mais investidores e permite a criação de novos negócios na velocidade necessária para superar os desafios sociais existentes no mundo.

Como funciona
Na prática, esses empreendimentos se configuram como uma organização de várias naturezas jurídicas que operam como um negócio - orientando-se pela lei da oferta e demanda e dedicando-se a conhecer o seu público, oportunidades e riscos. Como um negócio tradicional, eles devem gerar suas próprias receitas a partir da venda de produtos ou de serviços. Tudo isso com foco na preocupação social e ambiental.

Além disso, existem alguns outros elementos de um negócio de impacto social:

Características
Existem algumas características que fazem de um empreendimento um negócio de impacto social, entre elas estão:

Trabalho em rede, fazendo parcerias de forma a fortalecer e ampliar o impacto da atuação do negócio;
Combate ao trabalho escravo, forçado ou infantil;
Cuidado com a cadeia produtiva (seleção e avaliação dos fornecedores);
Gerenciamento do impacto ambiental;
Articulação com as políticas públicas.
Além disso, negócios de impacto social vendem produtos que contribuem para melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda. Esse produto ou serviço principal deve ser capaz de sustentar financeiramente a empresa, de forma que ela não dependa de doações ou da captação de recursos para as suas operações. Por fim, o negócio deve ter um plano de gestão inovador e comprometido com a transformação social.

Saiba mais
Parceria: Sebrae e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), elaboraram materiais com soluções inovadoras de Gestão do Conhecimento sobre ecossistema, mapeamento e aceleração de Negócios de Impacto Social e Ambiental, trazendo insumos aos empreendedores interessados em conhecer a temática no Brasil. Acesse aqui:

Gestão do conhecimento no ecossistema de Negócios de Impacto no Brasil. 
Retrato dos Pequenos Negócios Inclusivos e de Impacto no Brasil 2017.
- Aceleração de Negócios de Impacto: um olhar sobre as práticas atuais.

Pesquisa: em 2017, o Sebrae realizou uma pesquisa para conhecer melhor o perfil de quem nos procurava para abrir um negócio de impacto social. Conheça os resultados aqui e saiba mais sobre esse mercado.

Guia: além da pesquisa, também desenvolvemos um manual para a captação de investimentos em negócios de impacto social. Confira o material neste link.

Agenda 2030: saiba como o Sebrae contribui com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e age para fortalecer os negócios de impacto social. Conheça os centros de referência em educação empreendedora, sustentabilidade e artesanato.

Assista ao vídeo e conheça a história de Ana Maria Bastos e da “Descobrir Brincando”, um negócio social voltado para quem cuida de crianças da primeiríssima infância (zero a três anos de idade) e que atua em lugares como Paraisópolis - uma das maiores favelas de São Paulo.

Fonte: SEBRAE

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