Setores ligados ao mar no Ceará contrataram R$ 266 mi em quatro meses
O Ceará detém quase metade das demandas de linhas de crédito para setores que englobam a chamada economia do mar, via Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Foram R$ R$ 266,8 milhões dos R$ R$ 587 milhões contratados no Brasil, nos quatro primeiros meses deste ano. Os recursos beneficiaram principalmente os segmentos de carcinicultura, pesca e piscicultura.
Ao todo, foram 24 mil operações de crédito e, destas, 3.798 para negócios no Estado. O número evidencia o potencial que percorre os 573 km da costa cearense, abarcando atividades econômicas que vão dos esportes náuticos, a embarcações, indústria de pescados e turismo.
Rodrigo Bourbon Nava de Oliveira, superintendente do BNB, destacou que a instituição possui o Programa Nacional de Financiamento da Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira Nacional (Profrota), que atua diretamente na aquisição de equipamentos e modernização dos transportes para a logística dos pescados.
"Hoje, o banco tem uma carteira ativa de R$ 600 milhões. Dos quais R$ 280 estão aqui. Isso demonstra a pujança desse segmento", reiterou. "A região Nordeste é fundamental e o Banco quer continuar participando disso", complementou, ontem, durante o primeiro Fórum Economia do Mar. O evento ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), em Fortaleza.
A taxa de juros deste serviço para microempresas, pequenas empresas e cooperativas/associações de mini ou pequenos produtores é de 7% ao ano. Já para médias empresas e cooperativas/associações de médios produtores é de 10% ao ano e, para grandes empresas e cooperativas/associações de grandes produtores fica em 12% ao ano. Carências e prazos variam de 4 a 12 anos. "A gente levar taxas de juros subsidiadas vai à ponta afetar uma melhor competitividade do setor e ter um impacto menor na geração de receitas", destacou.
Artur Bruno, titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), frisou que o Estado tem trabalhado para garantir segurança jurídica aos investidores com a implantação do Zoneamento Ecológico Econômico da Zona Costeira do Ceará (Zeec). O texto propõe definir a parte física dos 573 km de litoral cearense e classificar as atividades adequadas de cada área. Assim, a biodiversidade estará mapeada junto com o relevo da costa. Um total de 23 municípios entra no bojo.
"Atualmente, o que está afastando investimento é a insegurança jurídica dos investidores, eles compram e quando vão fazer licenciamento, o zoneamento veio para corrigir isso, vamos fazer de forma transparente, debatendo com eles", disse. Rômulo Alexandre Soares, presidente do Conselho de Relações Internacionais da Fiec, acrescentou que a economia do mar é transversal e que a ambiência de negócios local e o hub logísticos viabilizam a atração de investimentos.
Fonte: Jornal O Povo em 19.06.19