Nova linha de crédito de 100 milhões de euros quer apoiar PME recém-reestruturadas
“É importante colocar os bancos a canalizar e a distribuir fundos para micro, pequenas e médias empresas”, afirmou esta segunda-feira o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, na cerimónia de assinatura do contrato de empréstimo entre o Banco do Conselho da Europa e a Instituição Financeira de Desenvolvimento.
Empresas de pequena e média dimensão, que foram recentemente sujeitas a planos de reestruturação de dívida, mas que são economicamente viáveis. São estes os principais alvos da nova linha de crédito de 100 milhões de euros que pretende ser mais um balão de oxigénio ao tecido empresarial português.
O Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa (CEB, na sigla inglesa) e a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) assinaram esta segunda-feira um contrato de empréstimo que visa promover a criação de pequenos negócios e a inovação, bem como a melhoria da qualidade dos balanços das empresas.
Henrique Cruz, presidente do conselho executivo da IFD, defende que em causa está a “estabilidade ao financiamento das empresas portuguesas” e admitiu que está “com elevada expectativa” em receber candidaturas de diversas instituições bancárias. Trata-se de um contrato que permitirá a este organismo público operacionalizar a linha a longo prazo «IFD Pequenos Negócios», com 15 anos de maturidade.
“É [uma linha] diferente das que temos assinado com o Banco Europeu de Investimento porque tem um foco especial: financiar empresas mais pequenas (até 50 trabalhadores) e ajudar empresas que reestruturam com sucesso as suas dívidas”, argumentou, na cerimónia que se realizou esta tarde no Ministério da Economia, em Lisboa.
Para o Governo, a celebração deste contrato significa “mais um passo” na diversificação das fontes de financiamento da IFD e é sinónimo de “condições mais ajustadas às necessidades das empresas”. “As empresas que saíram de processos de reestruturação têm dificuldade em aceder a financiamento junto do sistema bancário. As instituições públicas servem para colmatar falhas de mercado. Não pretende premiar estas mas reconhecer que continuam a precisar de financiamento para comprar matérias-primas, fazer novos investimentos…”, explicou o ministro Adjunto e da Economia.
Na opinião de Pedro Siza Vieira existem sobretudo três áreas nas quais é necessário continuar a trabalhar: a qualificação dos recursos humanos, a inovação empresarial e o investimento e o acesso a diversas fontes de financiamento. “A IFD tem tentado ser um protagonista a colmatar falhas de capital ou de crédito. Com esse apoio tem sido possível que o sistema bancário participe neste esfoço. Já são vários os protocolos assinados”, disse, em conferência de imprensa.
O governante considera que é importante colocar os bancos a canalizar e a distribuir fundos para micro, pequenas e médias empresas. Por enquanto, há oito bancos acreditados para serem contrapartes neste processo (que serão anunciados aquando da contratualização), mas a IFD – que até ao final de março contabilizava 620 milhões de euros colocados em empresas, 4.300 postos de trabalho criados e 1.200 operações de financiamento realizadas – mostrou-se disponível para receber “outras manifestações de interesse”.
Rolf Wenzel, governador do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, referiu que espera uma “boa cooperação” com os parceiros portugueses ao longo deste programa e depois dele e defendeu que o foco está nas “startups e PME que não conseguem acesso a financiamento bancário”.
Fonte: Jornal Económico em 02.04.19