Fiec estuda estratégias para reaquecer mercado da moda no CE
A crise econômica que afeta a moda no Estado despertou o interesse da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). Para retomar mercados ocupados pelos estados de Pernambuco e Goiás, a entidade estuda com os sindicatos associados estratégias para fomentar o segmento.
"O Sinditêxtil, Sindconfecções e o Sindroupas estão se juntando e diagnosticando quais são os diferenciais dessas regiões. A federação também faz esse trabalho com as rotas setoriais estratégicas", destacou Ricardo Cavalcante, diretor administrativo da Fiec, durante o Ceará Fashion Trade. O evento, realizado no Centro de Eventos do Ceará (CEC), promove negócios entre empresas da moda e o intercâmbio entre os mercados nacional e internacional.
Ele também citou que um dos incentivos para o empreendedor se instalar em Pernambuco é a isenção dos tributos na cadeia produtiva. "Observamos que hoje eles têm isenção total de tudo. Temos de chegar para o Governo do Ceará e falar isso", disse. Atualmente os setores têxtil, confecções e roupas, quando combinados, geram aproximadamente entre 80 e 90 mil empregos.
"O investidor vive muito do desafio. E o desafio é testar. Quando ele enxerga uma quantidade de pessoas visitando e a possibilidade de novos negócios, o empresário vai querer participar, seja mostrando sua empresa para o consumidor ou para o próprio setor", afirmou. Com relação ao segundo semestre, a expectativa é de crescimento. "O período eleitoral engessa um pouco a economia. Mas temos tudo para crescer. Precisamos aguardar essas definições ainda", ponderou.
Apesar da instabilidade, a confiança do empresário cearense será retomada neste segundo semestre. É o que afirmou Elano Martins, presidente do Sindicato Sinfoconfecções da Fiec. "O Ceará não ficou isento das dificuldades. O Estado ainda é um polo diferenciado, especialmente no setor de confecções. Não temos medo da concorrência da China e ocupamos lugar de prestígio no segmento de moda íntima", explicou. "As feiras também movimentam os negócios e são um indício que compradores e lojistas estão se preparando para as vendas até o fim do ano", complementou.
De acordo com dados levantados pelo Iemi Inteligência de Mercado, apenas o mercado de moda íntima cearense dispõe de 269 unidades produtoras, com participação de 10,6% no Brasil, o que torna o Estado o segundo maior produtor do setor, atrás apenas do Rio de Janeiro, que tem produção de 24% do total nacional. No Ceará, são produzidas 97,7 milhões peças por ano com geração de 28.854 empregos.
Realizado em conjunto pelo Sindiroupas, Sindiconfecções e Sinditêxtil, o Ceará Trade Fashion segue até amanhã no Centro de Eventos do Ceará. São 100 unidades expositoras. A expectativa de visitantes é de 4 mil pessoas. Com relação aos negócios, a estimativa gira em R$ 15 milhões.
Fonte: Jornal O Povo em 02.08.18