Balança comercial deve ter superavit de US$ 56,31 bi
A balança comercial brasileira deve ter um superávit de US$ 56,31 bilhões este ano, diz um estudo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). “Não obstante a recessão e o baixo crescimento econômico brasileiro nos últimos anos, a projeção é de que o ano de 2018 encerre com crescimento de 3,1% nas exportações, graças à forte elevação das cotações de petróleo no 1º semestre, à expressiva quebra da safra de soja na Argentina, ao aumento dos preços de óleos combustíveis e às vendas de plataformas de petróleo. Em contrapartida, o crescimento do PIB brasileiro, re-estimado para 1,5%, será responsável pela expansão de 11,5% das importações”, avaliou o presidente da AEB, José Augusto de Castro, que revisou os dados da balança.
De acordo com Castro, são projetadas exportações de US$ 224,445 bilhões um aumento de 3,1% em relação a 2017. As importações devem atingir US$ 168,130 bilhões com expansão de 11,5% comparado com o mesmo período. Os números indicam um superávit comercial de US$ 56,315 bilhões, porém com queda de 15,9%. “Mesmo sendo menor se pode avaliar como um robusto superávit e que pode ser comemorado, mas sem esquecer que será obtido com baixos volumes de exportação e importação”, destacou Castro. O levantamento projeta uma corrente de comércio de US$ 392,575 bilhões para 2018. Será maior que os US$ 368,499 bilhões apurados em 2017, mas ainda longe do recorde de US$ 482,292 bilhões obtido em 2011.
As exportações brasileiras de manufaturados, segundo Castro, ficarão mais uma vez estagnadas, este será o quinto ano consecutivo. “Nossas exportações ficarão inferiores aos valores de 2007, especialmente após a crise argentina deflagrada no primeiro semestre deste ano”, frisou. A avaliação não é animadora também para 2019, pois a Argentina, principal destino destas exportações, terá baixo crescimento econômico e/ou recessão; elevada desvalorização cambial, superior a 50%; déficit comercial e desemprego, que impactarão negativamente suas importações, afetando diretamente as exportações brasileiras de manufaturados.
“Em 2017, a Argentina recuperou o posto de maior país importador de manufaturados brasileiros, perdido em 2014 para os Estados Unidos. Porém, a crise naquele país reverterá o cenário positivo do primeiro semestre de 2018, voltando à segunda posição”, explicou Castro. O presidente da AEB elenca também uma série de situações que poderão causar reflexos no comércio internacional.
Fonte: O Estado em 25.07.2018