CE pode receber R$ 5 bilhões em investimentos hoteleiros

O Ceará pode receber, nos próximos anos, cerca de R$ 5 bilhões em empreendimentos voltados para o setor turístico, em especial hotéis e resorts de luxo. A informação foi repassada pelo titular da Secretaria do Turismo do Ceará (Setur), Arialdo Pinho. Afinal, contando com um litoral extenso, com mais de 540 quilômetros de praias, sol e calor praticamente o ano todo e uma boa constância de ventos, que ajuda a reduzir o calor, o Estado encanta a quem o conhece, especialmente turistas estrangeiros, oriundos de países onde o frio domina a paisagem na maior parte do tempo.

Grandes redes internacionais do setor de hospedagem têm buscado informações sobre em que áreas poderão construir seus empreendimentos, quais os incentivos fiscais oferecidos, assim como qual a infraestrutura existente em cada região, como água, energia elétrica, saneamento, rodovias, dentre outros itens. Isso porque, para construir um grande resort, além de haver boa oferta de materiais de construção, mão de obra qualificada, se faz necessária a existência de serviços públicos que garantam a execução dos projetos, principalmente a segurança jurídica com relação às fiscalizações ambientais realizadas pela Semace, bem como no que diz respeito aos licenciamentos expedidos pelo órgão.

Muitos investidores que se encantam pelo Estado e decidem trazer algum equipamento de hotelaria para cá, às vezes acabam desistindo do projeto, tendo em vista a falta de uma infraestrutura mais adequada e a burocracia que trava um maior e mais acelerado desenvolvimento turístico no Ceará. Isso, apesar de todo o trabalho que vem sendo feito pela Setur, no sentido de promover uma expansão no volume de turistas – nacionais e internacionais – que venham passar alguns dias em Fortaleza ou outras áreas do extenso litoral, nas regiões serranas ou no sertão cearense.

Fluxo crescente
O Hub Nordeste das companhias aéreas Air France-KLM-Gol é um divisor de águas, ou de ares, para o setor turístico do Estado, pois apenas neste primeiro momento, com cinco frequências semanais – duas com destino a Paris e três para Amsterdã – serão cerca de 72 mil turistas europeus e de outras áreas do mundo que deverão chegar ou passar pela capital cearense. Afinal, as duas grandes empresas internacionais possuem conexões com mais de 300 destinos, em 119 países do mundo. E, obviamente, essas pessoas precisarão de locais para se hospedar, daí a importância de novos empreendimentos hoteleiros virem construir novas instalações no Estado.
A Latam já anunciou que a partir de julho vai aumentar em cinco vezes o número de operações para os Estados Unidos – Miami e Orlando – passando de dois voos semanais, para dez. E também existe a Copa Airlines, que também iniciará malha aérea a partir de Fortaleza, também a partir de julho, para a Cidade do Panamá e, dali, para o Caribe e EUA, aumentando significativamente o volume de turistas destas regiões para o Ceará. E até o final deste ano o Aeroporto Internacional Pinto Martins terá 48 frequências internacionais, semanais, para diversos destinos.

O secretário do Turismo ressaltou que o Grupo Vila Galé está em fase final de compra de um terreno na região da Praia do Preá, no Litoral Oeste, num investimento superior a R$ 100 milhões, mas ainda está dependendo de algumas consultas unto à Semace, com relação à legislação ambiental. “Estamos trabalhando com muito entusiasmo para trazer esse e outros investimentos no setor de hotelaria para o Ceará. Mas precisamos garantir a segurança jurídica para que os empresários venham investir no Ceará. Somente na região de Paracuru temos projetos da ordem de R$ 1 bilhão para os próximos anos, dependendo apenas de algumas situações que dizem respeito à legislação ambiental e melhoria do acesso”, disse Arialdo Pinho.

Ele lembrou, ainda, acreditar que uma parte de infraestrutura e logística foi resolvida com a questão do aumento nos voos internacionais de e para Fortaleza, que garantirão um bom fluxo anual de visitantes, além de novas estradas duplicadas, tanto para o Litoral Leste, quanto para o Oeste. “Mas, agora, precisamos resolver a questão da oferta de resorts e hotéis de grande porte, (como o Hard Rock Hotel que está sendo construído na Praia da Lagoinha), pois senão a coisa complica. Precisamos de grandes investimentos para atrair projetos diferenciados para o Ceará. Ou o Estado resolve isso olhando para o futuro que quer para o turismo, ou não vamos chegar a lugar algum. Temos de garantir segurança jurídica para os grupos que querem investir aqui”, completou o secretário Arialdo Pinho.

Fonte: Jornal O Estado do Ceará em 28.05.18

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