Hub: saindo na frente

No próximo dia 3 de maio será inaugurado o hub aéreo do Grupo Air France-KLM, em parceria com a Gol Linhas Aéreas, no Aeroporto Internacional Pinto Martins. As expectativas de demanda de voos do Ceará para a Europa e vice-versa já são de tal mota que antes mesmo de se iniciarem os dois voos diretos para Amsterdã (às terças, quintas e sábados) e dois outros para Paris (às sextas e domingos), já se anuncia outro voo direto rumo à capital francesa, a partir de 31 de outubro. Na verdade, tudo indica que a partir de 2019, voos diários para o Velho Continente serão uma rotina a partir da capital cearense.

Aliás, as rotas interligando Ceará, Holanda e França têm raízes pretéritas, desde que os primeiros europeus botaram os pés na Terra Brasilis. Os primitivos habitantes da costa cearense comerciaram ou guerrearam com holandeses e franceses, mesmo quando os portugueses já se apresentavam como donos das terras coloniais. Informações provindas de um lado e de outro alimentaram reciprocamente o imaginário dos povos dos dois continentes. Colocá-los novamente em contato, transportando-os de um lado para o outro de uma forma quase mágica, graças à tecnologia do transporte, é criar oportunidades infindas de tornar essa relação ainda mais proveitosa. 

Ao fim de 2018, a demanda já consolidada de 35 voos semanais saltará para 44 frequências (aumento de 25,71%), de Paris e Amsterdã, para o Brasil. A importância da localização geográfica de Fortaleza como ponto mais próximo da Europa tem um valor econômico indiscutível pois significa uma invejável redução de custos para as duas pontas da relação. Isso pôs o Ceará em vantagem diante de outros potenciais concorrentes. Carrear voos nacionais e de toda América do Sul em demanda da Europa é algo que decorre muito da situação geográfica privilegiada de Fortaleza, mas, sem dúvida, vem acompanhada de outras condições atrativas que levaram a essa opção. O Ceará já se apresentava como portão de entrada do Brasil para o mercado turístico europeu por suas potencialidades reconhecidas nessa área — tanto do ponto de vista do patrimônio natural e da riqueza de sua cultura popular, como pela constante tentativa de ampliar sua infraestrutura de serviços e o turismo de eventos.

Ademais, incursiona pelas novas rotas das energias alternativas, limpas, não-poluentes, graças ao sol e ventos abundantes engajando-se não só na ofensiva para sua produção e barateamento, mas, no diálogo com as principais frentes tecnológicas que trabalham nessa área. De forma que essa ponte para a Europa significa um trânsito de duas mãos regido pela reciprocidade e oportunidade de negócios. Todos ganham. E isso não é pouco.

Fonte: Jornal O Povo em 04.04.18

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