Da crise até 2020, as exportações de turismo mais que duplicam em Portugal
O “crescimento extraordinário” das exportações de turismo no ano passado surpreendeu até o banco central. A tendência deverá continuar até 2020, contribuindo para o prolongar da retoma da economia portuguesa.
O desempenho das exportações de turismo em 2017 foi “extraordinário”, segundo o Banco de Portugal, e até surpreendeu o banco central. Na análise retrospetiva das projeções feitas pelo banco face ao desempenho real no ano passado, a instituição liderada por Carlos Costa salienta que a taxa de crescimento projetada em 1,8% ficou abaixo da taxa observada de 2,7%.
“A subestimação do crescimento das exportações de bens e serviços foi o principal fator explicativo do erro de projeção na taxa de crescimento do PIB. Esta subestimação está associada aos ganhos de quota de mercado das exportações observados em 2017, que ascenderam a 3,2%, o que contrasta com uma projeção de 1,9%”, explicou Banco de Portugal.
Sublinhou que a análise das principais componentes das exportações permite verificar que o erro de projeção se concentrou, em larga medida, nas componentes ligadas ao turismo. “De facto, verificou-se em 2017 um aumento de 15,4% nas exportações de turismo, o que constitui uma das taxas de crescimento mais elevadas desde o início dos anos 90, apenas comparável à taxa observada em 1998, ano da realização em Lisboa da Exposição Universal (Expo ’98).
No que respeita às exportações de outros serviços, verificou-se um crescimento de 9,2%, destacando-se o forte crescimento das componentes ligadas ao turismo, em particular, os serviços de transporte aéreos, acrescentou
Exportações 70% acima do pré-crise
Na perspetiva do Banco de Portugal, a economia nacional vai continuar a recuperar, com o setor do turismo a manter um lugar destaque.
“Comparando com 2008 – período anterior à recessão associada à mais recente crise financeira internacional – o produto real deverá ser 4,7% superior em 2020, um incremento de magnitude próxima da projetada para o consumo privado (4,0%) e para a FBCF empresarial (6,4%)”, referiu.
“Por seu turno, as exportações ascenderão no final do horizonte a um nível 70% superior ao observado antes da crise financeira internacional, sendo que as exportações de turismo mais que duplicam. Esta evolução contribui para o aumento do grau de abertura da economia portuguesa, que é acompanhado pela manutenção de um excedente da balança corrente e de capital de cerca de 2% do PIB, em média, no período 2018-20”, sublinhou.
Fonte: Jornal Económico em 28.03.18