A balança comercial do Ceará registrou déficit de US$ 14,3 milhões em janeiro deste ano, apesar das exportações terem crescido 15,34% na comparação com igual período de 2017. O déficit veio do movimento de US$ 180 milhões em exportações e US$ 194,7 milhões em importações no Ceará.

Do total comercializado para o Exterior em janeiro, 52% são de produtos semimanufaturados de ferro ou aço, que vêm crescendo com a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Calçados estão em segundo lugar com 13%. O Ceará continua ocupando o 14º lugar no ranking das exportações brasileiras, com participação de 1,1%.

A gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Ceará (CIN/Fiec), Ana Karina Frota, diz que quando se compara as exportações de janeiro de 2018 com janeiro de 2017 percebe-se que a evolução continua. “A tendência é que o valor exportado de 2018 supere 2017”, diz.

Mas as importações continuam caindo. Em relação a janeiro do ano anterior, a queda foi de pouco mais de 4%. Os principais produtos importados em janeiro também estão ligados ao setor siderúrgico. Hulhas (carvão mineral), mesmo em pó, mas não aglomeradas representam 36% do total. O segundo produto mais comprado é o trigo em grãos (7,5%).

Em relação às exportações, Karina Frota diz que mais da metade do valor exportado resulta da venda para o Exterior de produtos siderúrgicos que tendem a crescer mais do que no ano passado. Praticamente tudo vem da exportação das placas de ferro e aço produzidos pela CSP. Ela lembra que em 2017 o Ceará foi o principal exportador de calçados no Brasil, considerando o número de pares. Quando a comparação é com o valor, o Estado cai para a segundo posição. Explica que isso ocorre porque os calçados cearenses são de borracha/plástico e os do Rio Grande do Sul são de couro e bem mais caros.

Estados Unidos, Colômbia, China, seguidos da Alemanha, Coréia do Sul, Argentina e Canadá são os principais países parceiros do Ceará na exportação e importação. Em janeiro deste ano foram exportados para os EUA US$ 42,2 milhões, representando 23% do total. Depois vem a Alemanha, com US$ 27 milhões (15%), a Coreia do Sul, com US$ 24,5 milhões (14%). A Polônia aparece com 7% das exportações e a China com 4,9%. Em termos de importações os países que lideram são Colômbia (19%), China (17%), EUA (9,2%), Argentina (8,3%) e Moçambique (7,9%).

Em 2017, as vendas externas cearenses ultrapassaram pela primeira vez na história, a marca de US$ 2 bilhões - alta de 62,5% quando comparadas com 2016. O desempenho no Estado só não foi melhor devido às quedas de 61,2% nos segmentos de “máquinas, aparelhos e materiais elétricos”; de 24,4% dos “fios e tecidos de algodão”; de 18,7% das “frutas (incluindo a castanha de caju)”; e de 15,8% das “peles e couros”.

Fonte: Jornal O Povo em 06.02.18