Confiança das MPEs atinge melhor resultado desde 2015

O nível de confiança das micro e pequenas empresas (MPEs) atingiu 51,1 pontos no último mês de dezembro, o que representa uma alta de 2,2 pontos na comparação com igual mês de 2016, segundo dados, divulgados, ontem, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Em novembro, o indicador marcou 51,5 pontos, ligeiramente acima do dado de dezembro.

Segundo o levantamento, é a primeira vez desde 2015, início da série histórica, que a confiança dos micro e pequenos empresários termina o ano acima do nível neutro de 50 pontos, o que sinaliza um predomínio do sentimento positivo entre esses empresários. Em dezembro de 2015 o indicador se encontrava na casa dos 40 pontos. Pela metodologia, o indicador varia de zero a 100, sendo que, acima de 50 pontos, reflete confiança desses empresários e, abaixo dos 50 pontos, reflete desconfiança com os negócios e com a economia.

O índice geral é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.

Comportamento
O Indicador de Condições Gerais – que avalia o retrospecto do micro e pequeno empresário sobre o desempenho de suas empresas e da economia, nos últimos seis meses –, subiu de 32,8 pontos em dezembro de 2016 para 40,5 pontos em dezembro de 2017. No mês imediatamente anterior, novembro último, o mesmo indicador se encontrava em 39,4 pontos. Como o índice continua abaixo do nível neutro de 50 pontos, significa que os empresários ainda não enxergam os últimos seis meses de forma favorável, embora o crescimento do índice aponte uma interrupção na trajetória de piora.

Na abertura do indicador, tanto a avaliação regressa de seus negócios quanto para a economia, apresentaram melhora. No primeiro caso, passou de 36 pontos para 44,5. Já para o desempenho recente da economia, a evolução positiva foi de 29,7 para 36,6 pontos, sempre considerando a comparação entre dezembro de 2017 e dezembro de 2016. Em termos percentuais, 50% dos micro e pequenos empresários sondados consideram que as condições da economia brasileira pioraram nos últimos seis meses. Esse número, embora elevado, vem caindo e já esteve na casa dos 90% em meados de 2015 e 2016. Já a proporção dos que notaram melhora da economia marcou 16% em dezembro. Quando restrita somente ao desempenho de seus próprios negócios, 35% disseram ter notado piora, enquanto 21% relatam ter notado alguns sinais de melhora, percentual que também esboçou crescimento.

Expectativas
O Indicador de Expectativas, que serve de parâmetro para avaliar o que os empresários aguardam para o futuro, oscilou para baixo nas duas bases de comparação. No último mês de dezembro de 2017, o índice ficou em 59 pontos contra 60,9 observados em dezembro de 2016 e dos 60,6 pontos que marcara em novembro de 2017. Quatro em cada dez (37%) MPEs estão em algum grau confiantes com o futuro da economia do país contra 22% de pessimistas. Quando essa análise se restringe a realidade da sua própria empresa, o índice cresce e atinge 52% dos empresários consultados contra um percentual de 11% que manifestaram pessimismo com o futuro de seus negócios.

Entre os otimistas com a economia, há também 25% que já notam a melhora de alguns indicadores econômicos e 16% que nutrem esperanças de que a crise política será resolvida em breve. Já entre os que imaginam que suas empresas terão um horizonte positivo nos próximos seis meses, há ainda 24% que confiam na boa gestão que fazem do negócio, medida que os fazem se distanciar dos efeitos da crise, na opinião desses entrevistados. Apenas 7% de MPEs disseram não estar sendo afetados pela atual crise.

Metodologia
O Indicador e suas aberturas mostram que houve melhora quando os pontos estiverem acima do nível neutro de 50 pontos. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. Zero indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios “pioraram muito”; 100 indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais “melhoraram muito”.

Fonte: Jornal O Estado do Ceará em 09.01.18

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