'Financial Times': Brasil mantém interesse de investidores
Depois da crise política e da recessão econômica do ano passado, o Brasil ainda é o mercado emergente mais interessante para os investidores, avalia John Authers, em matéria do renomado jornal britânico Financial Times, publicada nesta segunda-feira (10).
"Os investidores interessados no Brasil devem acompanhar as manchetes sobre a reforma das pensões. Com sucesso, os ativos brasileiros devem continuar subindo. Com o fracasso, e com as eleições confusas se aproximando, pode ser hora de ter cautela novamente".
Para o economista Mohamed El-Erian, consultor-chefe da Allianz, os investidores têm tornado os títulos menos sensíveis às decisões do Fed, mesmo que recentemente o banco central tenha se tornado muito mais assertivo, afirma o Financial Times.
"Os investidores, incluindo aqueles que estão na extremidade mais curta da curva de juros, estão fazendo atualmente muito mais que reformas políticas, como foi sugerido pelo Fed. . . Se essas reformas falharem, os rendimentos mais elevados se desestabilizarão e voltarão para volatilidade, assim como os mercados de ações".
Dan McCrum, do FT, descreve os resultados da pesquisa acadêmica sobre o papel dos diretores de relações com investidores em diferentes empresas. Seriam estas as pessoas que comunicam informações corporativas ao mercado, acrescenta o diário financeiro.
"A primeira surpresa das respostas do inquérito 610, e entrevistas de acompanhamento, é que as empresas não têm de gerir as estimativas dos analistas: os investidores fazem por eles. . . Quando se trata de ganhos, no entanto, o artigo sugere que muitos analistas são cúmplices na realização de uma produção em benefício dos executivos ".
Dados confiáveis e oportunos sobre os estoques de petróleo dos EUA contrastam com informações desigual dos países da Opep, argumenta David Sheppard, do FT.
"Os grandes comerciantes de petróleo, sempre rápidos em tentar descobrir uma possível vantagem em relação às informações sobre os rivais, recorreram a empresas e equipes internas que utilizam a tecnologia de satélites para tentar florear a imagem global".
Zoso Davies, analista de crédito do Barclays, tenta avaliar o Bank of England Corporate Bond Purchase Scheme.
"Se a emissão de títulos de empresas em libras esterlinas cair e os volumes do mercado secundário despencarem, ficará claro que a mais recente ferramenta do Banco tem sustentado este pequeno canto do universo de renda fixa nos últimos seis meses. Por outro lado, quanto mais graciosa for a saída da compra de títulos corporativos, menos claro será que o CBPS tem sido muito mais do que um placebo para os mercados ".
Fonte: Jornal do Brasil em 10.04.17