Importações crescem quase três vezes mais do que as exportações em Julho

As exportações de bens desaceleraram em Julho, crescendo 4,6% face ao mesmo mês de 2016, enquanto as importações ganharam ímpeto, avançando 12,8%. Dois movimentos que penalizam a balança comercial.

O crescimento das vendas de mercadorias ao exterior abrandou pelo segundo ano consecutivo. Depois de terem avançado 16,2% em Maio, aumentaram 6,7% em Junho e 4,6% em Julho, mostram os dados publicados esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Ao mesmo tempo, as importações têm mantido um ritmo mais elevado. Em Julho cresceram 12,8%, depois de 6,1% no mês anterior.

Para as exportações, as vendas para países fora da União Europeia continuou relativamente forte (12,6%), mas as intra-comunitárias cresceram apenas 2%. Já as compras a países da UE aumentaram 8,7% e as restantes 28,5%.

"Em Julho de 2017, em termos das variações homólogas mensais, as exportações aumentaram 4,6% (6,7% em Junho), sobretudo em resultado das exportações para os países Extra-UE que cresceram 12,6% (8,2% em Junho)", pode ler-se na publicação do INE. "As importações cresceram 12,8% (6,6% em Junho), devido à evolução de ambos os tipos de comércio: 8,7% no Comércio Intra-UE (6,8% em Junho) e 28,5% no Comércio Extra-UE (6,1% em Junho)."
Se excluirmos os combustíveis destas contas - uma mercadoria mais volátil devido à subida e descida dos preços - os valores alteram-se um pouco, mas as vendas continuam a avançar muito mais rápido do que as compras. Nessa análise, as exportações crescem 5,1% e as importações 9,4%. 

A conjugação dos dois movimentos traduz-se num agravamento do défice da balança comercial de bens que, em Julho, foi 1.057 milhões de euros. 446 milhões mais negativa do que no mesmo mês de 2016. Sem combustíveis, a balança de bens também é negativa, mas em menor grau (-625 milhões de euros ).

Recorde-se que o INE publica apenas os dados do comércio de mercadorias. As exportações e importações de serviços – onde está o turismo – são publicadas pelo Banco de Portugal e têm contribuído para um maior equilíbrio comercial face ao exterior.

Fonte: Jornal de Negócios.PT em 08.09.17

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